Com retorno da La Niña, saiba os possíveis impactos para o tempo no Ceará
Oposta ao El Niño, condição resfria as águas oceânicas e deve ocorrer a partir do segundo semestre deste ano
Escrito por Lucas Falconery , lucas.falconery@svm.com.br 07:00 - 08 de Junho de 2024
Legenda: Segundo semestre marca temperaturas mais altas no Ceará Foto: Kid Júnior
A influência do El Niño – fenômeno que eleva as temperaturas do planeta e prejudica as chuvas no Nordeste brasileiro – perde forças e abre espaço para a La Niña, que tem efeitos contrários. Para entender os impactos disso no Ceará ainda é preciso avaliar os próximos meses, mas um dos sinais pode ser a redução do "calorão".
A Organização Meteorológica Mundial (OMM) divulgou, na última semana, que as previsões indicam probabilidade de 50% de o La Niña se instalar entre junho e agosto. A chance aumenta para 60% de julho a setembro e 70% de agosto a novembro.
Contudo, os efeitos podem variar conforme a temperatura oceânica, a duração e a época do ano em que aconteça. Além disso, têm as características de cada lugar. Por exemplo, em serras a temperatura é geralmente mais baixa do que uma cidade de praia.
"Essa tendência indicada pelos modelos mostra que o segundo semestre de 2024 já pode ter a configuração de uma La Niña”, explica Meiry Sakamoto, gerente na Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme).
Porém, as reclamações sobre as tardes quentes, comuns da segunda metade do ano, vão persistir mesmo com influência da La Niña.
"Aqui no Ceará, vamos lembrar, temos o B-R-Ó-BRÓ: o período que não chove, que a temperatura máxima é mais alta do que em outras épocas do ano. Pode amenizar um pouco, mas é sobre algo muito quente", frisa Meiry.
No último ano, o Ceará teve cidades com até quase 5°C acima na média de temperatura, picos e focos de calor, acompanhando um movimento global de aquecimento. O El Niño estava relacionado ao aumento dos termômetros.
Em relação ao impacto para o período chuvoso, entre fevereiro e maio, ainda é cedo para determinar um cenário.
“Se isso permanecer, temos condições de La Niña influenciando as chuvas do ano que vem. Não que isso signifique necessariamente boas chuvas para o ano, mas é um padrão melhor de oceano”, detalha a especialista.
Porém, as reclamações sobre as tardes quentes, comuns da segunda metade do ano, vão persistir mesmo com influência da La Niña.
"Aqui no Ceará, vamos lembrar, temos o B-R-Ó-BRÓ: o período que não chove, que a temperatura máxima é mais alta do que em outras épocas do ano. Pode amenizar um pouco, mas é sobre algo muito quente", frisa Meiry.
No último ano, o Ceará teve cidades com até quase 5°C acima na média de temperatura, picos e focos de calor, acompanhando um movimento global de aquecimento. O El Niño estava relacionado ao aumento dos termômetros.
Em relação ao impacto para o período chuvoso, entre fevereiro e maio, ainda é cedo para determinar um cenário.
“Se isso permanecer, temos condições de La Niña influenciando as chuvas do ano que vem. Não que isso signifique necessariamente boas chuvas para o ano, mas é um padrão melhor de oceano”, detalha a especialista.
O efeito quente aparece, principalmente, no final do ano e esse período acabou dando o nome do fenômeno, como explicou Meiry anteriormente ao Diário do Nordeste. "As primeiras pesquisas sobre esse aquecimento foram justamente em dezembro na época do Natal, e na língua espanhola, tem o menino Jesus 'El Niño', que deu o nome".
Um período depois, notaram o fenômeno de resfriamento da superfície do oceano que ganhou o nome oposto: La Niña. "São águas mais frias do que o normal, pelo menos 0,5°C, para aquela região", detalha.
A depender de quão mais frias e por quanto mais tempo vão continuar frias, pode afetar a temperatura da atmosfera e do oceano, que são interligados
Fonte: Diário do Nordeste
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